domingo, 27 de janeiro de 2013

Comunhão



Hei  de  amar  esta  noite
O  silêncio  que  verte  lágrimas  alhures,
O  vento  que  sopra  desde  as  altitudes
E  deixa  recados  no  sinistro  dos  açoites.

Hei  de  amar  a  madrugada,
Permitir  meu  pranto  escorrer  pela  face  triste,
Soluçar  diante  da  maldade  que  insiste
Em  afugentar  de  mim  o  brilho  da  alvorada.

Hei  de  gritar  contra  as  tragédias  do  mundo,
Em  meu  choro  chorar  o  que    de  mais  fundo
E  ceder  meu  íntimo  como  um  ombro  amigo...

Hei  de  sentir  por  pura  telepatia  a  dor  alheia,
Oferecer  pelo  sangue  que  corre  atônito em  minhas  veias
A  comunhão  fraterna  do  amor  que  chora  junto  comigo!

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