quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

DESERTO INFLÁVEL

Eu sou reflexo do mundo,
Meu silêncio é indiscreto,
Meu pensar é deveras opaco,
É falta de luz nos hemisférios
Que direcionam meus passos.

Minha pluralidade é singular,
Meu tempo corre irregular
Entre as cavernas do meu eu
Tão mágico e um tanto irreal
Diante das máscaras sociais...

Vivo num êxtase que blasfema
Em derredor da inspiração nua
Que se eleva nas planícies rasas
Da areia negra que é penumbra
Duma vida cinzenta e sem teor...

O dom que se manifesta é livre,
Alimenta-se do trivial cotidiano
Que demarca razões dum pensar
Que atravessa as trilhas do ócio
E toma de morada ilusões frias...

As bocas se calam e são surreais,
O pensamento assimila a hipocrisia
E derrama sobre toalhas virgens
Uma peçonha sem efeitos danosos...
Reside em mim um amuleto incolor!



DE  Ivan de Oliveira Melo  



  

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