domingo, 13 de dezembro de 2015

PAPAI NOEL

Era véspera de Natal...
Em meu coração de criança
Havia algo que não descansa
Que é a esperança, algo real.

Fui para cama despido de emoções,
Só lágrimas havia na face juvenil,
Sabia eu que Papai Noel era senil
E que entendia minhas sensações...

Meu pai vivenciava assaz degredo,
Estava desnudo da vida, sem emprego,
Debaixo da cama não poria meu  presente...

Amanheceu o dia... nem olhei os sapatos,
Certamente lá haveria do cão os carrapatos
Que ali dormia e que me parecia demente.

Não foi isso o que sucedeu... Cheguei à mesa
Para o café. Senti em meus cabelos o cafuné...
Eram os dedos de meu pai que estava de pé
E me indagando com aquele ar de certeza:

Não observou ainda debaixo de sua cama?
Papai Noel trouxe até você grande alegria,
Talvez não seja exatamente o que você queria,
Contudo para isso fez bico e conseguiu uma grana.

Voltei alucinado até o quarto. Vislumbrei o pacote...
Decentemente embalado, papel colorido, um decote...
Meus Deus! Meu pensamento não quis acreditar!

Abri-o... Agarrei-o e o pus perante meu coração...
Chorei. Era o “videogame” tão sonhado... Tensão!
“Já fui criança, meu filho... Nunca deixei de sonhar!”



POEMA  DE 


Ivan de Oliveira Melo

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