terça-feira, 15 de dezembro de 2015

SINESTESIA

Meus olhos veem vultos a cada instante
E mesmo minha sombra é vulto tinhoso
Que se esgueira entre arbustos malicioso
Atormentando meu silêncio mui ululante.

Meu corpo sente picadas que não doem
E mesmo tendo eu uma tez que é verniz
Percebo que a cromagem da força motriz
É terapia que faz de mim ninfeto e algoz.

Meu paladar deglute sintomas do aglosso
E meu olfato tange o aroma que é insosso
A fim de que a solidão possa alimentar-me...

Minha audição confunde os sons místicos
Perante vocábulos que me parecem acrílico
Na intensa camada que cobre minha carne!



DE  Ivan de Oliveira Melo


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