Meus olhos
veem vultos a cada instante
E mesmo
minha sombra é vulto tinhoso
Que se
esgueira entre arbustos malicioso
Atormentando
meu silêncio mui ululante.
Meu corpo
sente picadas que não doem
E mesmo
tendo eu uma tez que é verniz
Percebo que
a cromagem da força motriz
É terapia
que faz de mim ninfeto e algoz.
Meu paladar
deglute sintomas do aglosso
E meu
olfato tange o aroma que é insosso
A fim de
que a solidão possa alimentar-me...
Minha
audição confunde os sons místicos
Perante
vocábulos que me parecem acrílico
Na
intensa camada que cobre minha carne!
DE Ivan de Oliveira Melo
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