domingo, 27 de dezembro de 2015

INDEFINIDO

Sem caráter, sem personalidade, sem nome...
Indivíduo adversativo da realidade, indigente
Sonegado por uma sociedade que não o vê gente,
Por isso sempre identificado por um pronome.

Pessoa eternamente invisível perante semelhantes,
Rastejante duma sobrevivência que lhe é ingrata,
Morto-vivo que come sobejos aos pés das escadas
E bebe da indecência humana pejorativos e consoantes.

Criatura que perambula sem destino, como irracional,
Seu direito à dignidade é a moeda e a cachaça
Que inebriam sentimentos e o faz exemplo de desgraça...

Vergonhoso paradigma que sacia e fotografa o mal
Antegozando o bem e o enfurnando em catacumbas
A fim de que o que for nocivo possa dançar a rumba!




DE Ivan de Oliveira Melo

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