domingo, 13 de dezembro de 2015

LÔBREGOS INSTANTES

Dentro da gélida sepultura meu corpo geme,
Parasitas desfilam sobre um chorume doentio
Que, inerte, perdeu na consciência o alvedrio
E pouco a pouco se disforma isolado do leme...

Perante a descurada putrefação do organismo
Grande panaceia de bactérias infecta o sendeiro
Que alhures nutre sabujos itinerantes, vespeiros
E tornam a carniça manjar de lírico consumismo.

O túmulo é palácio onde vivem terríveis vermes,
Meu eu inconsciente desconhece sua epiderme
Já lamacenta e entregue à lasciva da senil luxúria...

Meus pelos deitam raízes na catacumba lúgubre
E fazem  da cova mansão de aparência fúnebre
Em que o reino monera serve à infeliz cromatúria!



DE  Ivan de Oliveira Melo

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.