quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Partida Apócrifa



Talvez  eu  morra  amanhã...

Não  espero  muitos  pés  em  meus  funerais,
Provável  que  mãos  emprestadas  levem-me  à  última  morada...

Vejo  alguns  sorrisos  que  rendem  graças  à  minha  partida,
Não  percebo  lágrimas  nisto  que  nem  é  despedida
E  ainda  ouço  questionarem  por  que  tanto  vivi...

Passo  pela  vida  é    flechas  chacinam  minha  dor,
Qualquer  pranto  mesmo  que  reprimido  vem  à  tona,
Apenas  meus  olhos  vertem  a  decepção  que  me  desmorona,
Pois  a  ingrata  existência  jamais  me  apresentou  ao  amor...

Lamentos  não  existem,   somente  folguedos  persistem...
Sempre  fui  fantoche  ao  invés  de  ser  amado,
Carcomido  pelo  tempo,  consignado  entre  os  devedores,
E  agora  que  estou  espichado,  pronto  para  ser  sepultado
É  que  se  lembram  de  que  nunca  conheci  o  aroma  das  flores!

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