domingo, 25 de novembro de 2012

Natureza Morta



Sozinho  por  uma  longa  e  deserta  estrada
A  contemplar  minúcias  de  um  passado  que  foi
Cremado  pelo  tempo  que  afogou  o  depois
Na  lama  pérfida  de  uma  modernidade  alienada.

Espinhos  que  não  ferem  enfeitam  a  vereda  solitária
Onde  um    oásis  não  existe  para  celebrar  vida,
Tudo  é  poeira  que  o  vento  sopra  e  que  não  se  destila
Porque  o  espaço  é  câmara  ardente  da  visão  mortuária.

Vácuo  em  que  o  eco  não  produz  ressonância
Diante  do  silêncio  mórbido  que  é  dissonância
Das  intempéries  onde  a  barbárie  é  a  anfitriã...

Aridez  desnutrida  assinala  uma  natureza  morta
Em  que  a  saudade  foi  rebocada  pelo  nada  que  deporta
Qualquer  vestígio  que  ressuscite  uma  sensibilidade  louçã!

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