Gargalhadas
sinistras temperam o
silêncio da madrugada,
Vampiros se atropelam
no odor da
carne apodrecida,
Cadáveres se arrepiam
de terror na
cripta adormecida,
Pois saciarão a
verve de uma
inspiração destilada.
Há um asfalto
lambuzado pelo sangue
da carnificina
Em que flores
gangrenadas são o
ópio da passarela,
Néctares e orvalhos
somem pelas frinchas
amarelas
Deixando uma podridão
de operários labutarem
em sua oficina.
Vermes
desvairados mergulham insensíveis
na carniça
Devolvendo ao pó
da terra o
barro da natureza,
Na constante mutação
em que se
opera tal certeza,
A vida cíclica
do homem deveras
se realiza.
No perfume umbilical
a existência tem
seu início
E na funesta
decomposição todos têm
seu precipício!
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