Sou moleque da
vida, contrabandista de uma
voz
Que não fala,
mas grita no
papel firme e
forte
Contra as palavras
que tatuam o
destempero da morte
Que é um
círculo vicioso e
cigano que nos
deixa a sós.
Sei que tudo
é finito, no
caso infinita é
a morte
Que desdenha de
minha malandragem tecendo
mistérios
E faz filas
perante os sepulcros
desbotados dos cemitérios
Que vertem lágrimas
que são o azedume
negro do seu
decote.
Vã é a
filosofia que tenta
desbravar este degredo,
Pois,
semelhante ao coração
que bate é
vítima do segredo
Que impõe silêncio
nas horas descartáveis
desta berlinda...
Sono sem sonhos
que tortura e
violenta o sorriso,
Que traga a
saudade e a hospeda
num albergue de
improviso
Até que o
tempo a transforme
numa solidão de
cinzas!
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