Meu charuto derrama
cinzas sobre o
sepulcro envelhecido...
Forte
ventania faz das
folhas um torvelinho
macabro
Que rodopiam desvalidas
para todos os
lados
E deitam sobre
a areia o
silvo agourento dos
ventos...
Vermes
homicidas deglutem do
odor climatizado
A essência suculenta
da putrefação que
asfixia...
Um sínodo de
bactérias ora pela
conservação dos ossos
Para que se
guardem no tutano
a magia do
manjar
Em cujo sabor
de podridão ergue-se
suntuoso altar
Donde se extrai
um cardápio de
impuros remorsos.
No espaço unilateral
o esqueleto dorme
séculos de ruínas
E sonha com
uma inorgânica inconsciência
que foi vida,
Dilapidar
feições que o
tempo assassinou em
fúnebres avenidas
É tentar reconstituir
silhuetas que não
possuem passaporte
Visto que na
alfândega da existência
ninguém aprisiona a
morte!
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