Tenho uma vontade ululante de gritar
Esticar os pulmões
até perder o
timbre,
É um desabafo
perante as peripécias
das horas
Que fazem de
mim cacoete da
vida urdida.
Em meu silêncio
choro mares de
lágrimas
Que ensopam meu
íntimo de vergonha
Enquanto meus olhos
secam extasiados
Diante dos arrepios
que são vedetes
sociais.
Como eu gostaria
de dilacerar o
tempo!
Não posso modificar
valores, nem impor
a garganta,
Então
mergulho no vácuo
e minha voz
não é ouvida...
Cabisbaixo
atravesso paisagens íngremes
e sinuosas
Até alcançar a
margem oposta onde
o cio se
repete
Como
enfermidade incurável dos
tons que bradam
uniformes!
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