domingo, 22 de dezembro de 2013

Inclemência


Tenho  uma  vontade  ululante  de  gritar
Esticar  os  pulmões  até  perder  o  timbre,
É  um  desabafo  perante  as  peripécias  das  horas
Que  fazem  de  mim  cacoete  da  vida  urdida.

Em  meu  silêncio  choro  mares  de  lágrimas
Que  ensopam  meu  íntimo  de  vergonha
Enquanto  meus  olhos  secam  extasiados
Diante  dos  arrepios  que  são  vedetes  sociais.

Como  eu  gostaria  de  dilacerar  o  tempo!
Não  posso  modificar  valores,  nem  impor  a  garganta,
Então  mergulho  no  vácuo  e  minha  voz  não  é  ouvida...

Cabisbaixo  atravesso  paisagens  íngremes  e  sinuosas
Até  alcançar  a  margem  oposta  onde  o  cio  se  repete
Como  enfermidade  incurável  dos  tons  que  bradam  uniformes!

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