Embriagam-me 
as  resenhas  desta  vida...
Nitidamente 
um  sonho  descortinou-se  diante 
de  mim
E  me  vi 
personagem  de  uma 
parafernália
De 
acontecimentos  que  me 
pareceram  tão  reais!
Interessante 
é  que  estava 
eu  em  estado 
de  vigília,
Apenas  tomado  momentaneamente  por 
um  êxtase...
Pude  ver-me  totalmente 
desgrenhado  e  maltrapilho:
Roupas 
rasgadas,  descalço  e 
sumariamente  sujo...
Fedia  e  o 
odor  era  tanto 
intenso  quanto  o 
mundo:
Deserto  e  concomitantemente  repleto 
de  público...
Inicialmente 
corria  eu  por 
uma  estrada  solitária
Rodeada  de  mato 
virgem  e  debaixo 
de  um  sol 
causticante.
Minha  boca  estava 
ressequida:  tinha  sede!
Meu  estômago  roncava 
às  alturas:  tinha 
fome!
E,  assim,  perambulei 
dias  e  noites 
até  desmaiar...
Despertei 
numa  manhã  cinzenta 
e  de  forte 
aguaceiro,
Rendi  graças,  pois, 
assim  pude  matar 
minha  sede...
Logo  percebi  que 
caíra  próximo  a 
um  rancho
Onde  havia  muitos 
frutos:  pude  saciar 
a  fome!
Só  um  detalhe 
não  observei:  minhas 
vestes  rasgaram-se...
Sim... 
Totalmente  nu  e 
revigorado  segui  meu 
destino
Até 
deparar-me  à  beira 
de  um  precipício...Lá  embaixo: 
casas!
Desci  alucinado  uma 
extensa  montanha  e 
entrei  no  povoado...
Bati  à  primeira 
porta  que  encontrei 
e  fui  recebido 
com  alegria.
A  essas  alturas 
meu  pensamento  estava 
nublado:  nada  compreendia!
Recebi 
toalha:  enxuguei-me!  Roupas: vesti-as!  Sapatos: 
calcei-os!
O  que  significava 
tudo  aquilo?  Até 
parece  que  me  esperavam!
O  que  mais 
me  confundiu:  as 
pessoas  não  me  eram  estranhas
E  logo  uma 
mulher  forte,  com 
lágrimas  nos  olhos, 
chegou-se  a  mim:
Hoje  é  Natal! 
Nosso  filho  nasceu 
e  chamar-se-á,  também,  Jesus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário.