terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Reportagem de Vida



Embriagam-me  as  resenhas  desta  vida...

Nitidamente  um  sonho  descortinou-se  diante  de  mim
E  me  vi  personagem  de  uma  parafernália

De  acontecimentos  que  me  pareceram  tão  reais!
Interessante  é  que  estava  eu  em  estado  de  vigília,
Apenas  tomado  momentaneamente  por  um  êxtase...

Pude  ver-me  totalmente  desgrenhado  e  maltrapilho:
Roupas  rasgadas,  descalço  e  sumariamente  sujo...
Fedia  e  o  odor  era  tanto  intenso  quanto  o  mundo:
Deserto  e  concomitantemente  repleto  de  público...

Inicialmente  corria  eu  por  uma  estrada  solitária
Rodeada  de  mato  virgem  e  debaixo  de  um  sol  causticante.
Minha  boca  estava  ressequida:  tinha  sede!
Meu  estômago  roncava  às  alturas:  tinha  fome!
E,  assim,  perambulei  dias  e  noites  até  desmaiar...

Despertei  numa  manhã  cinzenta  e  de  forte  aguaceiro,
Rendi  graças,  pois,  assim  pude  matar  minha  sede...
Logo  percebi  que  caíra  próximo  a  um  rancho
Onde  havia  muitos  frutos:  pude  saciar  a  fome!
  um  detalhe  não  observei:  minhas  vestes  rasgaram-se...

Sim...  Totalmente  nu  e  revigorado  segui  meu  destino
Até  deparar-me  à  beira  de  um  precipício...Lá  embaixo:  casas!
Desci  alucinado  uma  extensa  montanha  e  entrei  no  povoado...
Bati  à  primeira  porta  que  encontrei  e  fui  recebido  com  alegria.

A  essas  alturas  meu  pensamento  estava  nublado:  nada  compreendia!
Recebi  toalha:  enxuguei-me!  Roupas: vesti-as!  Sapatos:  calcei-os!
O  que  significava  tudo  aquilo?  Até  parece  que  me  esperavam!

O  que  mais  me  confundiu:  as  pessoas  não  me  eram  estranhas
E  logo  uma  mulher  forte,  com  lágrimas  nos  olhos,  chegou-se  a  mim:

Hoje  é  Natal!  Nosso  filho  nasceu  e  chamar-se-á,  também,  Jesus!

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