sábado, 21 de dezembro de 2013

Terra Devassa



Abro  lentamente  a  janela  e  vejo
O  vento  a  correr  em  plena  madrugada,
A  lua  é  minha  eterna  e  infinita  namorada,
A  noite,  um  átomo  que  alucina  meus  desejos.

O  mundo  é  a  inspiração  que  me incita  a  descrever
Os  torvelinhos  e  a  bonança  do  choro  e  do  riso...
A  vida,  a  luz  que  alumia  as  trevas  e  o  Paraíso
Das  fontes  que  derramam  sobre  a  Terra  o  viço  e  o  prazer.

Na  seara  da  manhã  percebo  que  uma  lágrima  de  dor
Pranteia  a  desilusão  de  um  universo  sem  cor
E  de  um  sol  que maltrata  a  seca  caatinga...

O  dia  é  uma  inóspita  vertente  sem  várzeas
Que  tapeia  as  horas  na  crueldade  das  marchas
De  um cenário  póstumo  que  em  mim  respinga!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.