segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Vulto


Percebo  meu  vulto  em  cada  ângulo
Da  alcova  atapetada  em  estilo  persa,
Aqui  e  ali  ele  timidamente  tropeça
Na  apatia  excessiva  do  estado  sonâmbulo.

Pálido  de  vexame,  esconde-se  entre  as  cortinas
Das  largas  janelas  diante  do  pátio,
Sinto  arrepios  em  cada  ponto  do  espaço
Ecoarem  discretos  vindos  de  baixo  e  de  cima.

Penumbra  anestésica  dormita-me  os  gestos
E  vejo  o  vulto  encarapuçado  cada  vez  mais  perto
Dos  meus  sentidos  acoplados  sobre  a  cama...

Na  atmosfera  do  ambiente    um  vazio  impostor
Que  suga  minhas  forças  dissipadas  pelo  torpor
Do  vulto  que  energiza  meu  pensamento  em  chamas!

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