domingo, 6 de outubro de 2013

Giz


Escrevi  minha  vida  com  giz...
É  que  ela  se  apaga  inexoravelmente
Deixando-me  a  desvendar  batentes
Que  me  levem  a  ser  feliz...

Em  degraus  escuros  dobro  joelhos
Buscando  vencer  ladrilhos  de  escadas,
Minha  face  sua  e  minha  pele  surrada
Esconde-me  as  rugas  diante  do  espelho.

Meus  olhos  vesgos  alheios  ao  tempo
Só  enxergam  dureza  no  chão  de  cimento
E  uma  paisagem  alegórica  agora  vazia...

No  grisalho  dos  meus  raros  cabelos
A  velhice  rachou  a  limpidez  do  espelho
E  jamais  vivi  a  vida  que  tanto  queria!



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