sábado, 13 de abril de 2013

Abstração



O  vento  masturba  minha  face
E  o  gozo  cai  no  chão,  coagulado...
No  espelho  que  está  ao  meu  lado
Vejo  a  lágrima  que  sorri  com  meu  desenlace.

Apaixonei-me  pelo  vento... coisa  estranha!
Loucura  delinquente  que  me  faz  delirar
Sobre  os  degraus  de  inusitado  altar
Que  cobra  de  mim  justificativas  dessa  façanha!

E  no  sopro  que  me  traz  arrepios
Sinto  o  desejo  que  consome  meus  brios
Diante  da  paixão  ortodoxa  que  me  dilacera...

Eu  e  o vento... sintoma  de  carícia  abstrata
Que  toca  meu  corpo,  que  me  maltrata,
Que  me  torna  órfão  de  uma  ternura  sincera!

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