sexta-feira, 5 de abril de 2013

Calor e Cachaça



Abro  as  portas  de  um  vasto  sertão
Para  o  maior  espetáculo  da  terra:
Aridez,  fome  e  sede  prosperam
Num  cenário  que  virou  templo  de  oração.

Não  se  cata  alimento,  cata-se  miolo  de  areia...
Não  se  cata  vida,  cata-se  farelos  de  morte...
Enfim  tudo  se  cata,  até  mesmo  pagode,
Mas  os  instrumentos  estão  ressequidos,  cheios  de  teias...

O  calor  é  tão  intenso,  o  tempo  tão  quente
Que  a  chuva  tem  medo  de  se  molhar
E  pegar  virose  dentre  a  acidez  de  um  mar
Que  é  tão  somente  o  sonho  de  ver  tudo  diferente...

Os  santos  estão  em  greve,  não  atendem  ninguém...
Bebem  uns  aperitivos,  depois  se  perguntam:  eu  sou  quem?

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