Na  noite  fria 
a  cidade  finge 
que  dorme
E  no  amanhecer 
nevoento  nada  se  vê,
A  poluição  tortura 
a  atmosfera  e 
no  Tietê
As  ninfetas  pranteiam 
a  imundície  torpe...
Tágides 
paulistanas  sobrevivem  à 
sujeira  nefasta
E  em  sua 
derme  tatua-se  nauseabundo 
lixo,
Deusas  das  águas 
a  mercê  do 
incauto  precipício
Que  condena  por 
insensatez  sua  beleza 
casta...
Às  ninfas  do 
Tejo  Camões  pediu 
dádivas  e  proteção,
Das  águas  contaminadas 
do  Tietê  o 
poeta  tem  compaixão,
Pois  as  divas  estão 
enfermas  e podem  perecer...
Como  cantar  alegria 
diante  deste  ultraje 
à  natureza?
O  sabor  da 
melodia  encontra-se  submerso 
na  correnteza
Que, moribunda, 
devasta  o  orgasmo 
artístico  do  prazer!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário.