quarta-feira, 17 de abril de 2013

Plebeias das Àguas



Na  noite  fria  a  cidade  finge  que  dorme
E  no  amanhecer  nevoento  nada  se  vê,
A  poluição  tortura  a  atmosfera  e  no  Tietê
As  ninfetas  pranteiam  a  imundície  torpe...

Tágides  paulistanas  sobrevivem  à  sujeira  nefasta
E  em  sua  derme  tatua-se  nauseabundo  lixo,
Deusas  das  águas  a  mercê  do  incauto  precipício
Que  condena  por  insensatez  sua  beleza  casta...

Às  ninfas  do  Tejo  Camões  pediu  dádivas  e  proteção,
Das  águas  contaminadas  do  Tietê  o  poeta  tem  compaixão,
Pois  as  divas  estão  enfermas  e podem  perecer...

Como  cantar  alegria  diante  deste  ultraje  à  natureza?
O  sabor  da  melodia  encontra-se  submerso  na  correnteza
Que, moribunda,  devasta  o  orgasmo  artístico  do  prazer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.