sábado, 27 de abril de 2013

Rios de Lágrimas



Rios  de  lágrimas  cercam  meu  vulto  carcomido
Pela  areia  úmida  de  uma  ilha  inóspita,
Sou  náufrago  das  ilusões  em  que  se  nota
No  vazio  das  emoções  um  deserto  adormecido.

Na  solidão  inclemente  corrói-se  uma  alegoria  alienada
Às  sombras  imponentes  de  gigantescos  arranha-céus,
Na  calvície  do  mundo  consome-se  nefasto  fel
Que  alimenta  sonhos  empedernidos  que  causam  desgraças.

A  face  humana  pranteia  uma  água  espessa  e  poluída
Pelos  dejetos  ingeridos  nas  sensações  apócrifas  da  vida
Quais  vermes  que  saciam  sua  fome  nos  organismos  insólitos...

Rios  de  lágrimas...  lágrimas  que  murcham  as  flores,
Que  acompanham  solitárias  preces  destinadas  aos  andores
Numa  última  esperança  de  resgatar  quem  sobrevive  do  ócio...

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