sábado, 27 de abril de 2013

Dialética Humana



Será  que  o  sentimento  é  surreal?
Não,  não  o  creio  totalmente...
Parece-me  mais  que  seja  agnóstico
Perante  o  olhar  ressabiado  das  criaturas...
As  coisas  se  transformam  inesperadamente,
Nem    tempo  para  que  se  absorvam  conteúdos,
Dos  argumentos  retiram-se  dúvidas
Que  deixam  o  ser  humano  em  cima  do  muro...
E,  assim,  sucessivamente  em  todos  os  pontos.
O  amor  tem  suas  pernas  divididas,
Uma  para  cada  lado,  pois,
Nunca  se  foi  tão  corriqueiro  dizer:  “te  amo”!
E  por  qualquer  motivo,
Como  amar  fosse  o mesmo  que  gostar...
Gostar  se  gosta,  amar  é  outra  história.
O  descrédito  se  instala  no  que  é  mais  grotesco
E  se  intensifica  em  aspectos  mais  eruditos...
A  confiança    não  rola,  desenrola-se
Perante  os  paliativos  da  modernidade
E,  na  maior  parte  do  todo,
Desenvolve-se cada  vez  mais  a  incredulidade...
É  assim  que  o  mundo  campeia
Diante  das  fraudes,  da  violência,
Da  ausência  do  interesse  comum,
Dos  meios  de  comunicação,  das  redes  sociais,
Do  sacro,  do  face  a  face...
Os  débitos  travestem  o  homem,
Os  créditos  se  camuflam
Porque  o  caráter  da  palavra
Ganhou  uma  nova  personalidade:
O  da  multiplicidade...
Salve-se  quem  puder!

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