terça-feira, 2 de abril de 2013

Traição



Estaquei...  não  podia  crer  no  que  via...
Anjo  sublime  agia  como  um  demônio
Deixando-me  turva  a  visão  diante  dos  hormônios
Que  manchavam  o  sagrado  leito  de  minhas  fantasias...

Onde  foi  que  eu  errei?  gritava  aturdido
Perante  as  nudezes  que  afogavam  minha  honra
Num  vergonhoso  lamaçal  de  pérfida  insônia
Cujas  nódoas  tornar-se-iam  slogan  do  amor  apodrecido.

Chorar?  Não!  para  que  serviria  meu  pranto?
Para  emoldurar  ainda  mais  funesto  desencanto?
Em  atitude  oposta  sorri  e  abandonei  cena  tão  degradante...

Tranquei-me  em  mim...  entravei  todos  os  devaneios
No  claustro  febril  onde  armazeno  meus  anseios
E  adormeci  para  sempre  na  solidão  apócrifa  dos  amantes...

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