quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

BAZAR DO DESTINO


Há sentidos meio sem sentidos
Nalgumas coisas que costumo ler...
Há muitos gostos sem gosto
Que me causam sérios desgostos
E que nem mesmo eu,
Apesar de ser eu,
Consigo meramente entender...
Há palavras apagadas, rasgadas,
Em muitos livros que são obscuras,
São escritas para driblar a censura
E suas semânticas ficam ocultas...
Há gestos indecifráveis, hieróglifos
Faciais que estão longe de ser
Compreendidos, são expressões
Subnutridas de significados, vazias,
E que se ligam mais à hipocrisia...
Há favores impensados, temperados
Sob a égide da ambição e do desejo
Que deixam rastros, deixam de ser
Segredos e se tornam fofocas indomáveis...
Há emoções abstratas em meio
A falsas sensações do lírico
Que extrapolam as conveniências,
Alimentam a verve das indecências
Para depois serem abandonadas no lixo...
Há momentos que não são momentos,
São estâncias de prazeres eventuais,
Domesticados por volúpias que não
São volúpias... são estereótipos da
Luxúria... Identidade apócrifa do sexo!
Há olhares que não são olhares,
São ótica da vagabundagem, do ilícito...
Há amores que não são amores,
São enciclopédias do interesse
E dão vazão ao escárnio e à podridão...
Mas há lances límpidos, cristalinos
Em suas sagas... São estes que, embora
Raquíticos em meio ao povo, à plebe,
Serão eles o apocalipse da vergonha,
A salvação da indigência, do infortúnio,
Que transformarão a face ainda impúbere,
Imatura que sobrevive à espera da esperança!



DE  Ivan de Oliveira Melo

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