sábado, 23 de janeiro de 2016

NUDEZ DE AMOR

Plumas  sobrevoam  teu  corpo  inerte,
Lágrimas  umedecem  tua  face  rígida,
Muito  cedo  partes... Por  que  esta  despedida
Se  o  amor  que  prometeste  não  me  deste?

Navegas  agora  pelos  paetês  da  vida  eterna
E  eu  mergulho  numa  solidão  moribunda  sem  fim...
Tempo  ingrato...  horas  ermas...  Que  será  de  mim
Se  o  paladar  daqueles  beijos  meus  lábios  conservam?

Saudade... Palavra  vazia  do  que  não  há  espera,
Pois  o  mundo  dissipou  todas  as  quimeras
E  a  noite  dorme  no  mausoléu  dos  meus  sonhos...

Morte...  em  meu  jardim  sinto  teu  olfato...
Por  que  tuas  flores  negras  perfumaram  meu  regaço
Abandonando-me  desnudo  perante  um  respirar  tristonho?



DE Ivan de Oliveira Melo






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