domingo, 10 de janeiro de 2016

LIVRE


Vejo-me a prantear picuinhas diante do teu cadáver...

Teu sono me comove até as entranhas do meu senso,
Pois me parece absolutamente tranquilo em teu ataúde

Que, envolto a flores silvestres, não ressona mais saúde...
Dormes com tuas mãos entrelaçadas sobre augusto peito
Que amou e odiou, fez da vida o último sonho sonhado...

Perante teu semblante que não mais sorri deixo saudades,
Não em meu íntimo, porém sobre teu corpo apaixonado
Que carrega do mundo sabedoria para outras estalagens,
Quiçá mais venturosas e onde a morte já não faz adormecer...

Ficam diante de mim apenas tuas lembranças mais ousadas
E nestas lágrimas que insistem banhar meu rosto contrito
Há tão somente intensa compaixão por te perceber ausente
Daquilo que mais amavas que é dom e a capacidade de viver...
Não há em mim a dor da perda, mas sensações de liberdade!




DE  Ivan de Oliveira Melo   

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