Em minha terra eu canto o amor,
Faço malabarismos com a vida,
Tricoto as horas que são desditas
E me dou tresloucado doses de licor...
Em minha terra não há parênteses,
Tudo está escrito num livro aberto
Que é o sorriso que brota esperto
Nos lábios límpidos de todas as gentes...
Em minha terra não se fala em guerra,
A vida é um balneário de sutis ilusões
Que traçam perfis de ingênuos corações
E que não sabem sonhar na primavera...
Em minha terra verdades são segredos
Trancafiados em mentes febris, idiotas
Que se comprazem em espalhar lorotas
No seio virginal do povo que é enredo...
Em minha terra não se dorme demais,
Porque a fome é cartaz e muito maltrata,
Do embrião ao ancião que vive na mata
Alzheimer viola as mentes sem rituais...
Enfim, em minha terra se bebe bastante
Do álcool que enche os reservatórios
E carrega os indivíduos aos consultórios
Onde saúde é diagnóstico de cartomantes!
Em minha terra...
DE Ivan de
Oliveira Melo
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