quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

CONFISSÃO

Não mintas, entrega-te,
Pois sou teu confidente
E mergulho em tua alma
Em busca do indiferente.

Não gosto te ver assim
Com este rosto truncado,
Com teus lábios melados
E sem a cor do meu jardim.

Vê como o sol brilha tanto
Mesmo debaixo de chuva
Que marca tua face sisuda
E de todo jeito é encanto.

Observa meu olhar carente
Que se funde em busca do teu,
Nota o que sinto não é breu,
Mas luz para teu amor ausente.

Tu és meu viço mais profundo
E minha volúpia de assaz prazer,
Tudo em ti desejo mui conhecer
Para teu corpo ser meu mundo.

Colho rosas para te enfeitar
E tornar-te meu único púlpito
Onde possa eu regar o culto
Do meu sentimento cor de mar.

Deixa-me singrar teu ventre
E tuas curvas que são açucena,
Só tu me inspiras de tão plena
Que meu libido do teu é parente.

Lá se vão as horas que ficam mortas,
É a danada solidão que te faz sofrer...
Também estou só neste ateliê
E a vida para junto de ti me deporta.

O sol quer bronzear tua linda pele
Dum carinho que apenas eu possuo,
Teu ego é um perfeito status-quo,
Semente de amor sem intempéries.

Cheguei ao fim desta longa estrada,
Se me amas é hora de dar-me tua mão,
Quero igualmente por total o coração

Para que nos amemos, mais nada...

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