sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

SONETO FLORAL



Neste castelo de areia que flerta as ondas
E ludibria as águas mansas do mar selvagem
Eu resido desnudo nas conchas da vadiagem
E escrevo soberbo que namoro as horas tontas.

Neste solo úmido onde cogito minha orgia
Sou mundo e trapezista duma vida violácea,
Durante as noites enamorado da Via Láctea
Sou o príncipe e casmurro da própria fantasia.

Neste alqueire dum litoral que é chama viva
Recebo o abraço de sofreguidão de minha diva
E me permito desenhar o amor sem cerimônia...

Neste embalo em que o mar sacode suas vagas
Eu me junto solene à mulher que sutil me afaga
E a cubro com o olfato das mais puras begônias!




DE  Ivan de Oliveira Melo

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