Narciso
envaideceu-se no espelho das águas
E de
sua beleza tornei-me bizarro afluente,
Em
minha imagem não me desvendei diferente
E numa
nódoa de tristeza afoguei minhas mágoas.
Lagos
enfermos destituíram a formosura
Que
evoquei da colossal sombra de Narciso,
Mas a
poluição retrucou que não era preciso
Envaidecer-me
de uma beleza que não depura.
Envelheci
saturando a tez com cosméticos,
Em
minha senilidade vejo-me assaz patético
Diante
de uma iniquidade deveras carcomida...
A
beleza do corpo engelha e apodrece,
O belo
está no íntimo que o tempo não envelhece
E que é
dádiva de beleza para toda vida!
DE Ivan de Oliveira Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário.