segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

SEQUELAS



Antes de tudo o brasileiro é
Deveras ciumento / pegajoso...
Tem ciúmes da própria sombra / vultos
E cisma que assim não é... impressão!

Sua dor de cotovelo ultrapassa limites / extremos
E esse daninho pensamento não é mais / nem menos
Do que sua vocação de posse / irrestrita...
Vale ressaltar que aqui se escreve sua desdita!

Mais adiante vê-se o brasileiro preguiçoso / tinhoso
A esperar que caia do céu seu manjar / merendas...
O trabalho corrói seu temperamento / pretenso
E os níqueis que ganha são ínfimos / nada íntimos...

Gasta os proventos com gandaias / mulheres
E como se não bastasse bebe às avessas / enxaquecas...
Traição é seu porte mais prudente / presente.
Filhos e família ficam à míngua / pesadelos
No lamaçal do abandono infeliz / cicatriz ?

Sabe-se que o brasileiro é analfabeto / inculto,
Aí está a razão para a politicalha / canalhas
Que subtraem da Nação o pão do homem / pronomes
E se intitulam reis do pedaço / cangaço
Deixando o povo subnutrido e triste / recauchutado
Até que um dia a casa caia / malária...

Apesar da ignorância os indivíduos reclamam / exigem
Que a arrecadação monetária seja bem fracionada / fuligem
E, assim, possa suportar mais o violão / canção
Que faz da boa música pedestal de artistas / surfistas
E dão ao país um conceito privilegiado / cuidados!

A educação perambula na utopia / anarquia,
Crianças fogem da escola para trabalhar / vadiar
E não têm respaldo no conhecimento / tormento
Que trará adiante a sede, a fome / sem nome
Perante as raízes da História / memória
Que de geração em geração se implanta / replanta...

Fotografia duma sociedade injusta / à custa
De sonhos que só enchem a barriga da escol / futebol
Enriquecendo os moleques das campinas / ruínas
Para as criaturas que absorvem o rolé / sopé
Das altas inverdades nas alvuras do anil / Brasil!


                                                                                                 DE  Ivan de Oliveira Melo

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