Meu  charuto  derrama 
cinzas  sobre  o 
sepulcro  envelhecido...
Forte 
ventania  faz  das 
folhas  um  torvelinho 
macabro
Que  rodopiam  desvalidas 
para  todos  os 
lados
E  deitam  sobre 
a  areia  o 
silvo  agourento  dos 
ventos...
Vermes 
homicidas  deglutem  do 
odor  climatizado
A  essência  suculenta 
da  putrefação  que 
asfixia...
Um  sínodo  de 
bactérias  ora  pela 
conservação  dos  ossos
Para  que  se 
guardem  no  tutano 
a  magia  do 
manjar
Em  cujo  sabor 
de  podridão  ergue-se 
suntuoso  altar
Donde  se  extrai 
um  cardápio  de 
impuros  remorsos.
No  espaço  unilateral 
o  esqueleto  dorme 
séculos  de  ruínas
E  sonha  com 
uma  inorgânica  inconsciência 
que  foi  vida,
Dilapidar 
feições  que  o 
tempo  assassinou  em 
fúnebres  avenidas
É  tentar  reconstituir 
silhuetas  que  não 
possuem  passaporte
Visto  que  na 
alfândega  da  existência 
ninguém  aprisiona  a 
morte!
DE  Ivan de
Oliveira Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário.