segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mudanças



O  outono  deixa  as  árvores  desnudas
E  no  tempo  incolor  o  vento  sopra  frio,
As  folhas  rebolam  no  chão  diante  do  calafrio
Que  o  cio  impõe  em  períodos  de  muda.

Com  a  metamorfose  da  estação  o  sentimento  é  vazio
E  o  orvalho  se  transforma  em  lágrimas  de  solidão,
Nas  passarelas  gretadas    uma  simbiose  em  que  a  emoção
Deixa  nos  galhos  despidos  um  tremor  convulsivo  de  arrepios.

Brotos  tímidos  vestem  a  nudez  dos  campos
E  no  calar  das  noites  brilha  o  luzeiro  dos  pirilampos
Anunciando  o  desabar  das  chuvas  no  refresco  da  atmosfera...

No  verde  que  renova    um  turbilhão  de  lembranças
Que  deixa  no  olhar  uma  umidade  de  ressabiadas  esperanças
Temperadas  com  o  passar  das  horas  no  aconchego  das  quimeras!

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