Estou  nu  diante 
do  mundo,
Minhas  vestes  estão 
rasgadas  e  sujas,
É  que  meu 
corpo  as  enferruja
Com  o  expirar 
de  cada  segundo.
Não  tenho  onde 
pendurar  a  vergonha,
Sua  exposição  dilata-me 
o  constrangimento
E  me  entrega 
às  línguas  do 
pronunciamento
Onde  as  fofocas 
derramam  sua  peçonha...
Sinto-me 
cretino  tentando  ocultar 
a  nudez
E  quando  as 
vozes  se  alevantam 
de  uma  só  vez
O  solo  se 
abre  aos  meus 
pés  mostrando  o 
fundo  do  poço...
Noite  é  dia 
diante  do  silêncio 
que  não  existe,
A  vida  me 
tortura  dentro  das 
horas  tristes
E  solitário  enxugo 
o  suor  que 
me  umedece  o 
pescoço!
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